Depois do Rio, escola inovadora Ecolé 42 chega a São Paulo, e é gratuita

Depois do Rio, escola inovadora Ecolé 42 chega a São Paulo, e é gratuita

2 de julho de 2019 Off Por Redação

Sem professores. Sem horários fixos. Sem diplomas. Criada em Paris pelo bilionário francês Xavier Niel, em 2013, a École 42 aposta em um modelo diferente de educação.

École 42, que nasceu com o objetivo de formar 1. 000 engenheiros de software altamente qualificados por ano, por meio de um programa intensivo de treinamento que dura três anos.

Desde então, a escola de inovação recebeu apoio de personalidades da indústria de tecnologia, como Evan Spiegel, criador do Snapchat, Jack Dorsey, diretor executivo do Twitter, e Brian Chesky, cofundador do Airbnb.

Em São Paulo

Em 2016, foi aberta uma filial no Vale do Silício. Atualmente, a École 42 conta com franquias na Romênia, Moldávia, Ucrânia, Rússia, Bélgica, em Lyon (França), no Marrocos, na África do Sul e Holanda. Em 2019, serão abertas escolas na Indonésia, Colômbia, Finlândia, Espanha e, no Brasil, no Rio de Janeiro.

Em agosto, será inaugurada a primeira unidade da École 42 em São Paulo.

Seguindo os moldes da matriz francesa, será gratuita. A princípio, serão 180 vagas por ano. Para se inscrever, não é preciso nenhuma formação específica — basta ter completado 18 anos. “A equipe pedagógica será formada por 5 profissionais que já atuam na rede, e contará com o suporte direto do time da 42 na França”, diz Karen.

École 42, escola francesa que ensina programação de graça, abre unidade em SP

O Processo de Seleção

O processo de seleção é composto por três etapas. A primeira tem início em julho: os candidatos terão que participar de 2 jogos online em nossa plataforma. Os aprovados irão para a segunda fase, que consiste em reuniões presenciais em nosso campus, entre agosto e setembro. Já a terceira fase é uma imersão de 28 dias, chamada de piscina. Na piscina, os candidatos já começam a aprender programação e podem experimentar o ambiente da 42. A primeira piscina está prevista para outubro.

A metodologia

Na 42 não há turmas e nem professores. Os participantes são os responsáveis pelo próprio sucesso e de seus colegas. Para progredir nos projetos, eles devem confiar na força do grupo. Todos os processos são gamificados. Para subir de nível, é preciso ganhar pontos de experiência, validando projetos. A cada projeto validado dentro de uma trilha, um novo projeto sensivelmente mais complexo torna-se disponível. Isso coloca o membro constantemente fora de sua zona de conforto e permite que adquira experiência no desenvolvimento de software, individualmente e em equipes.

Nesse período, os estudantes aprendem tudo para se tornar programadores independentes e trabalhar em empresas ou startups. Situada em Paris, a escola é gratuita, não tem salas de aula e possui 1.000 computadores Mac que ficam disponíveis 24 horas por dia durante todos os dias da semana.

Também há espaços para trabalho colaborativo, auditório, salas de descanso e lugares onde os alunos podem debater e tirar dúvidas. Mas não existem classes nem professores.

Os alunos cumprem desafios de programação distribuídos pelos coordenadores. Esses desafios ficam cada vez mais difíceis ao longo dos meses. Embora não exista grade curricular, há um cronograma a ser seguido com palestras ministradas pelos próprios alunos sobre temas como inteligência artificial e projetos práticos que ensinam sobre vírus e segurança da informação, por exemplo.

Por que o Brasil?

“Pensamos em São Paulo por ser uma região de forte atividade econômica e conectada ao — mercado digital”, diz a publicitária Karen Kanaan, uma das sócias. A École 42 foi trazida para a capital paulista por Guilherme Décourt, ex-Monashees, que negociou o contrato com a matriz francesa. Trata-se da segunda unidade da escola no Brasil – a outra foi aberta no Rio em dezembro de 2018. Para viabilizar o projeto, foi feita uma parceria com a Fundação Telefonica Vivo.

Existem 500 000 programadores no Brasil, segundo levantamento da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro). Trata-se, no entanto, de um dado muito vago. “Uma enorme parte desse contingente é de paraquedistas, gente que só exerce funções operacionais em departamentos de TI”, diz Roberto Mayer, vice-presidente da Assespro.

Na França, outro país que já detectou uma escassez de programadores, uma experiência pode servir de exemplo para o Brasil: a École 42, que nasceu com o objetivo de formar 1 000 engenheiros de software altamente qualificados por ano, por meio de um programa intensivo de treinamento que dura três anos.

Com informações da Ecolé 42 , School 42 dos EUA, Época Negócios, Escola 42 SP